segunda-feira, 25 de abril de 2011

Segunda-feira, 25 de Abril de 2011









As Portas que Abril abriu

«Era uma vez um país
onde entre o mar e a guerra
vivia o mais infeliz
dos povos à beira-terra.
(...)
Era uma vez um país
de tal maneira explorado
pelos consórcios fabris
pelo mando acumulado
pelas ideias nazis
pelo dinheiro estragado
pelo dobrar da cerviz
pelo trabalho amarrado
que até hoje já se diz
que nos tempo do passado
se chamava esse país
Portugal suicidado.
(...)
Foi então que Abril abriu
as portas da claridade
e a nossa gente invadiu
a sua própria cidade.
Disse a primeira palavra
na madrugada serena
um poeta que cantava
o povo é quem mais ordena.
(...)
Foi esta força viril
de antes de quebrar que torcer
que em vinte e cinco de Abril
fez Portugal renascer.
E em Lisboa capital
dos novos mestres de Aviz
o povo de Portugal
deu o poder a quem quis.»

José Carlos Ary dos Santos - 1975

http://youtu.be/QX2pKxLNRuo



***  Caro poeta se tu soubesses que:
 Com Abril  se abriram portas e também janelas onde se adivinhavam muito boas coisas, coisas  maravilhosas, e que se fecharam outras quantas que poderiam ter sido muito melhores, ou mesmo fantásticas..., infelizmente, a avidez de uns e a apatía de outros, faz-nos ver  o que se vê...  mais os brandos costumes tão comuns ao povo lusitano, mais isto e mais aquilo, levam-me a pensar que as esperanças desejadas deste 25 de abril em 1974, há muito que são  esperanças mas, moribundas.
Não votar não é solução, já sei, mas manifestar já pouco vale, fazer greve não nos leva muito mais longe...  poderá, talvez, acentuar  a cor à desejada e famosa esperança com bandeiras bem verdes.
Não me perguntes mais nada pois não tenho solução para endireitar o que está torto e que eu não ajudei a entortar.
Só te posso dizer que gostei muito de ter vivido este dia em 1974./Lucyole

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